Em 1972, António Alçada Baptista, preparou um pequeno livro, publicado no ano seguinte, com algumas conversas que manteve com Marcello Caetano, a propósito de vários assuntos que então eram importantes para o país.
O livro começa com uma apresentação de Marcello Caetano e das circunstâncias em que as conversas decorreram.
Voltei a ler tal narrativa que apresenta uma imagem bem diferente da que é mostrada sempre que se fala do antigo regime, o do fassismo.
Alçada Baptista termina esses primeiros três capítulos cogitando no "enigma indecifrado do português e do seu enigmático destino".
É nestas passagens que Marcello Caetano diz o que pensa do exercício do poder político, do que significa a liberdade e que a democracia não é o que parece, na Europa.
Apoiado no que Alçada Baptista também discorre, diz que nessa altura, em Portugal, havia mais liberdade do que em vários países europeus. E cita-os: Espanha, Grécia, Jugoslávia, Albânia, Bulgária, Hungria, Alemanha Oriental, Polónia, Roménia, Letónia, Estónia, Lituânia, União Soviética. Alguns destes países eram modelos de organização política e social por que aspiravam os que agora ainda chamam fascista a Marcello Caetano...
Vale a pena ler e por aqui fica registado porque tal livro é outros dos que não se encontram por aí.