Bloco de Esquerda assume que rectificativo é a "consequência natural" da recapitalização e PCP recusa dizer se votará contra ou a favor desse orçamento.
A deputada do Bloco de Esquerda Mariana Mortágua considerou nesta quinta-feira que "um orçamento rectificativo é a consequência natural da recapitalização pública" da Caixa Geral de Depósitos, defendendo que o dinheiro tem que servir para a manter como um banco estável.
"Um orçamento rectificativo é a consequência natural da recapitalização pública do Estado para o seu banco que é o banco público. Quem defende a recapitalização e quem defende que a Caixa se mantenha na esfera pública, logicamente não pode estar depois contra a injecção de dinheiro público na Caixa", disse Mariana Mortágua em declarações aos jornalistas no parlamento depois do ministro das Finanças ter admitido quarta-feira que a recapitalização da Caixa implicará um orçamento rectificativo se for realizada este ano.
Na opinião da deputada do BE, "é preciso é que esse dinheiro sirva o propósito de manter a Caixa como um banco estável, que garante que o sistema financeiro em Portugal funciona, que apoia a economia, que apoia as empresas e que funciona com transparência".
"Nós não votamos a favor de um diploma antes de conhecer esse diploma. Se o Bloco de Esquerda admite que a Caixa tem que ser pública e se a Caixa precisa de uma injecção de capital, não podemos estar contra o procedimento burocrático ou procedimento administrativo que permite essa injecção de capital público", respondeu quando questionada pelos jornalistas sobre se o BE vai aprovar esse mesmo orçamento rectificativo.
PCP reservado
Já o dirigente comunista Jorge Pires rejeitou pronunciar-se sobre o sentido de voto num eventual orçamento rectificativo para acomodar a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o acordo com Bruxelas por não os conhecer. Contudo, o membro da comissão política do comité central do PCP admitiu contactos sob reserva com o executivo de António Costa e o PS, embora frisando que o seu partido será sempre contra a perda de postos de trabalho e a diminuição da atividade do banco público.
"A questão essencial é que a recapitalização da CGD seja concretizada, salvaguardando integralmente o carácter público do banco e garantindo que os pressupostos, designadamente o plano de reestruturação, se façam sem prejuízo da afirmação e ampliação do papel da CGD como instrumento essencial de uma política de crédito ao serviço do desenvolvimento do país e financiamento da economia, com respeito pela defesa dos postos de trabalho e direitos", disse.
Jorge Pires recusou "comentar cenários ou hipóteses" e sublinhou a prioridade em "conhecer integralmente todos os aspectos que rodeiam o acordo dado pela União Europeia (UE) à decisão de recapitalização". "Precisamos de conhecer o conteúdo, caso venha a existir esse orçamento rectificativo", vincou, acrescentando que "qualquer processo que centre a reestruturação no despedimento de trabalhadores e encerramento de balcões não vai nesse caminho" defendido e apoiado pelo PCP.
Comentários:
JOÃO ALEXANDRE-ABRANTES
Aposentado , Abrantes
Apetece mesmo...mas...é que...apetece mesmo...dizer simplesmente...oh! homens e mulheres da "geringonça" não brinquem mais connosco, vocês infelizmente nem sequer sabem o que é ética em política. Vocês nem têm noção do ridículo. Vocês são capazes de dizer hoje que afinal " um copo " tal como o consideravam ontem agora já não o é mas sim uma " chávena ". Enxerguem-se. Tenham um pingo de vergonha. O nosso país tem séculos de história e não merecia tamanha classe política que por aí pulula e não se descortina por onde andarão os verdadeiros políticos vivos, que ainda os há pois é tal o seu silêncio ensurdecedor ao que se está a assistir...!!!!!