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http://www.publico.pt/economia/noticia/entendimento-entre-governo-e-donos-da-tap-e-dificil-1717751
Executivo diz que o processo de privatização não acabou, Neeleman e Pedrosa lembram que têm um contrato.
Os novos donos da TAP, Humberto Pedrosa e David Neeleman, tiveram ontem uma primeira reunião com o ministro do Planeamento e Infra-estruturas, Pedro Marques, que tem a missão de negociar o regresso do controlo da TAP para o Estado, ou seja, pelo menos 51%. Foi uma "conversa de accionistas, e "simpática", mas tornou evidente que os projectos do Governo e dos novos donos da TAP "não casam", revelou ontem Humberto Pedrosa na cerimónia de lançamento do livro destinado a festejar os 100 anos do grupo Barraqueiro.
Ainda que a porta não tenha ficado fechada a novas reuniões, o empresário destacou que há dois projectos diferentes para a TAP. "Temos um projecto em que somos maioritários e toda a liberdade para tomar decisões na empresa", disse Pedrosa. Como "não pode haver duas maiorias", qualquer entendimento com o Governo parece difícil, admitiu. "O Governo tem uma decisão que está tomada, mas também tem de pensar no interesse da companhia, frisou o empresário aos jornalistas, lembrando que já foram injectados 180 milhões de euros na TAP.
Depois do encontro com Pedro Marques, David Neeleman adiantou que o governante não apresentou uma proposta de reversão da privatização e assegurou que o único compromisso deixado foi o de que a Atlantic Gateway vai “cumprir o contrato” com “muitas restrições” que assinou com o Estado para comprar 61% da TAP.
“Só falámos que a gente vai cumprir com o contrato que assinámos. Foram as condições que aceitámos quando investimos o nosso dinheiro, explicámos isso tudo”, disse David Neeleman, quando questionado sobre se o consórcio está disponível para reverter o negócio. “O nosso projecto é outro”, disse Humberto Pedrosa quando questionado pelos jornalistas sobre o que lhes tinha sido proposto pelo ministro no encontro.
Há dois “projectos diferentes” para a TAP e ambos querem a maioria do capital, “e isso não casa”, resumiu o empresário. Um entendimento será, por isso, “difícil”, reconheceu. Segundo Humberto Pedrosa, não ficou agendada nova reunião com o ministro do Planeamento, mas o PÚBLICO sabe que do lado do executivo o dossier não está dado por encerrado.
"Este processo de privatização não está concluído", disse fonte do Governo. A mesma fonte sublinhou que o executivo "continuará orientado pela defesa do interesse público”, mas não adiantou quaisquer pormenores sobre a estratégia do Governo para reverter a privatização da TAP.
Ainda não se sabe quanto custaria ao Estado desfazer o negócio. Uma vez que as acções estão desde Novembro do lado dos privados, que pagaram dez milhões de euros pelo capital e também já injectaram cerca de 150 milhões de euros na transportadora, a reversão só pode acontecer se Neeleman e Pedrosa aceitarem tornar-se minoritários na empresa, exigindo a devida compensação.
Também não se pode excluir a possibilidade de que uma reversão resultasse na exigência de que o Estado assumisse alguns dos compromissos de capitalização da transportadora (num total de 338 milhões de euros) que foram contratualizados pela Atlantic Gateway. E isto seria algo que dificilmente passaria pelo crivo de Bruxelas.
Para já, certo é que a TAP é, para Humberto Pedrosa, parte integrante do grupo Barraqueiro, como o próprio empresário destacou no livro Grupo Barraqueiro - 100 anos em imagens, destinado a celebrar o centenário do grupo, que foi apresentado esta quinta-feira em Lisboa.
“Ao incluir a TAP, cujo processo de aquisição de participação maioritária acabamos de concretizar, o Grupo Barraqueiro passa a contar com a colaboração de quase 20 mil trabalhadores”, lê-se na mensagem do presidente, no início do livro. Razão que baste para que Pedrosa reclame para a Barraqueiro o título de “maior empregador em Portugal e o grupo líder no segmento exportador”.
No livro que foi apresentado na Câmara do Comércio e Indústria Portuguesa, em Lisboa, o empresário recordou que já leva quase 50 anos de liderança da Barraqueiro – desde 1967, quando o seu pai a comprou ao sócio fundador Luís Jerónimo. Foi sob a sua liderança que a Barraqueiro cresceu para se transformar num grupo com mais de 30 empresas de transporte de passageiros e mercadorias, a que já nem falta uma transportadora aérea. “Contam-se pelos dedos” as empresas que podem festejar um centenário, destacou Pedrosa na cerimónia de apresentação do livro, lembrando que a década de 90 foi decisivo no crescimento do grupo, pela privatização das rodoviárias nacionais.
Um processo a que esteve ligado Eduardo Catroga, que fez a apresentação do livro e qualificou Pedrosa como “um homem de fibra” e com “visão estratégica”.
Pois é... os srs. Humberto Pedrosa e David Neeleman ««« que se cuidem! »»», pois com o governo das esquerdas não se brinca. Como se gritaria noutros tempos ««« A TAP é nossa »»». Tal como sempre afirmou António Costa, privatizada ou não privatizada pela direita, com as esquerdas, a nossa companhia aérea, será " pública e não privada " ««« custe o que custar »»». Dizem alguns, mas Costa não é do mesmo partido socialista de Guterres(por exemplo)? é, mas porquê? então não foi nos tempos de um governo ps/guterrista, de que Costa era ministro, que a TAP esteve à beira da privatização? sim e daí? então como perceber a agora posição de AC? fácil, é que, aquele governo de AG era do PS(vencedor de eleições), o actual de AC(não vencedor de eleições) é o governo das esquerdas...Ah! "atão tá bem"!!
ADENDA - BEM VOS DIZIA srs HUMBERTO PEDROSA E DAVID NEELEMAN:
http://www.publico.pt/economia/noticia/costa-quer-maioria-da-tap-no-estado-mesmo-sem-o-acordo-dos-novos-accionistas-1717868
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JOÃO ALEXANDRE-ABRANTES
Aposentado , Abrantes