Falhadas as negociações com a Anbang, o Banco de Portugal vira-se para um outro investidor chinês. Ministra das Finanças admite dificuldades
Fracassada a primeira solução para a venda do Novo Banco, que passava pela alienação aos chineses da Anbang, o Banco de Portugal (BdP) vira-se agora para os outros dois candidatos, os também chineses da Fosun, e os norte-americanos do fundo Apollo.
Terminado o calendário da quarta fase de venda, o regulador emitiu um comunicado nesta terça-feira onde afirmava que decidiu terminar as negociações exclusivas com o candidato escolhido (neste caso a Angbang) e que convidara à negociação a empresa que ficou imediatamente a seguir na fase da apresentação das propostas vinculativas. Esta será assim uma segunda escolha, com os eventuais impactos no acerto final das contas da operação.
Inicialmente, essa posição parecia pertencer à empresa norte-americana de gestão de fundos de capitais de investimento. No entanto, segundo apurou depois o PÚBLICO junto de fonte ligada ao processo, coube à Fosun ser chamada a negociar.........O calendário para a concretização das negociações até 31 de Agosto tinha sido fixado pelo governador. “Com certeza que [se] o Banco de Portugal decidiu não concluir a venda é porque terá entendido que não tinha condições”, afirmou a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, citada pela Lusa à margem de uma visita ao porto de Setúbal, dando assim conta das dificuldades de alienação da instituição financeira........
Implicações da venda
Apesar de ter sido Carlos Costa a assumir o calendário das negociações, o Governo nunca escondeu a vontade de ver o dossier resolvido quanto antes. No sábado, o primeiro-ministro apoiava “os esforços que o Banco de Portugal tem vindo a fazer para concluir essa operação” e dizia que o resultado será “o melhor que o BdP conseguir alcançar”.
Um das incógnitas do negócio prende-se com o valor de venda. Com a intervenção no BES, o Fundo de Resolução, fundeado no sector bancário, injectou 4900 milhões de euros no Novo Banco, sendo que 3900 milhões foram assegurados pelo Estado, através de um empréstimo ao Fundo de Resolução.
Caso a venda fique abaixo de 4900 milhões, a diferença terá de ser suportada pelo Fundo de Resolução, ou seja, pelos bancos que são participantes desta entidade, onde se inclui a Caixa Geral de Depósitos. Neste cenário, não se sabe como é que as instituições financeiras poderão assumir eventuais perdas........
Ao mesmo tempo, é necessário avaliar que capital terá de ser usado para recapitalizar o Novo Banco, que será submetido aos testes de stress do Banco Central Europeu. E, além disso, é preciso ter em conta quem é que assumirá a factura de eventuais responsabilidades legais.
A ministra das Finanças assegurou nesta terça-feira que os contribuintes não serão chamados a cobrir prejuízos. “É verdade que há um banco público, que faz parte dos bancos do sistema, mas isso decorre da existência de um banco público, que é um banco igual aos outros em termos de direitos e obrigações para esta matéria. Em todas as outras questões os contribuintes não serão chamados. E, no caso da CGD é uma via indirecta”, vincou........
Comentários:
Deixem-mo-nos de "tretas!". Se dúvidas houvesse, elas começam a dissipar-se. Falemos só de algumas:1- é e foi sempre evidente que a situação do "Besgate!" traria custos para todos(inclusive para os que nada tiveram a ver com o sucedido), só que, a solução encontrada em Agosto/2014 para o BES, nunca seria igual nas suas consequências à do BPN;2-estará a começar a perceber-se porque os "lesados" nunca foram manifestar-se e chamar gatuno ali para os lados da avª Rei Humberto de Itália em Cascais;3-começa a perceber-se o tratamento judicial diferenciado entre(vg) Oliveira e Costa e Ricardo Salgado;4-está à vista que se acaso(p.ex.) em Julho/2014 se tivesse optado pela ida à falência ou nacionalização, então sim "seria o bom e o bonito!";5-e que dizer das posições do governo versus oposição?!!!
JOÃO ALEXANDRE-ABRANTES
Aposentado , Abrantes