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O PAÍS TEM ASSISTIDO DESDE A NOITE DE SEXTA FEIRA A UM, DIRIA, " ESPECTÁCULO MEDIÁTICO " , Á VOLTA DUMA ACTUAÇÃO JUDICIAL, DESIGNADA POR " OPERAÇÃO MARQUÊS ", NA QUAL SE VIU ENVOLVIDO O EX-PM SR. JOSÉ SÓCRATES... POR VOLTA DAS 24H DE 6ªFEIRA SÔMOS SURPREENDIDOS NOS VÁRIOS NOTICIÁRIOS TELEVISIVOS POR UMA «« ÚLTIMA HORA - SÓCRATES FOI DETIDO NO AEROPORTO DE LISBOA Á CHEGADA VINDO DE PARIS »»COMEÇOU UM AUTÊNTICO "CIRCO MEDIÁTICO ". É PRECISO QUE SE DIGA QUE O VÔO TEVE TÉRMINUS NA PORTELA POR VOLTA DAS 22a22H30M. CERTAMENTE TERIA SIDO NO ACTO DE DESEMBARQUE QUE SÓCRATES FOI ABORDADO PELAS AUTORIDADES MUNIDAS DO RESPECTIVO MANDADO DE DETENÇÃO E O TERIAM CONDUZIDO DALI DE MODO DISCRETO. AS TV´s AÍ POR VOLTA DAS OH15M NOTICIAM A DETENÇÃO E 15a3OM DEPOIS PÕEM NO AR IMAGEM DE UM REPÓRTER, COMO ESTANDO NUMA ÁREA RESERVADA DUM PARQUEAMENTO DO AEROPORTO/MOSTRANDO O CÂMARA-MAN UM(UM SÓ) VEÍCULO AUTOMÓVEL VULGAR SAINDO / AO MESMO TEMPO QUE O REPÓRTER AFIRMAVA QUE IA NELE JOSÉ SÓCRATES / SEM QUE FOSSE PERCEPTÍVEL IDENTIFICAÇÃO CONCRECTA DO LOCAL E DOS OCUPANTES DAQUELE VEÍCULO ( FOI ISTO QUE VI POIS ESTAVA SINTONIZADO). NO SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA FEIRA FÔMOS, É O TERMO ADEQUADO " BOMBARDEADOS ", NAS TV´s E JORNAIS, COM INFORMAÇÃO / CONTRA-INFORMAÇÃO / COMENTÁRIO / IMAGEM, COMO SE " TODA A GENTE " FOSSE CONHECEDORA, DA MATÉRIA SUBJACENTE Á INVESTIGAÇÃO E MESMO DE TER SIDO VISTO EM DIRECTO TELEVISIVO O MOMENTO DA DETENÇÃO. A PGR JÁ HAVIA ENTRETANTO CONFIRMADO AQUELA INVESTIGAÇÃO, A QUAL VERSARIA " CORRUPÇÃO , BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS E FRAUDE FISCAL ", INCLUSIVAMENTE DANDO CONHECIMENTO DE HAVER 4 DETIDOS, ENTRE ELES O EX-PM SÓCRATES. PASSARAM PELOS NOSSOS OLHOS AS MAIS DIVERSAS ANÁLISES AO QUE ESTAVA ACONTECENDO, POR PARTE DE " ENTENDIDOS! " DE TODA A ORDEM, COMO SE TODOS ESTIVESSEM DENTRO DO PROBLEMA, UNS NITIDAMENTE DANDO A ENTENDER, ESTAREM AO LADO DE SÓCRATES( DEIXANDO NO AR UMA CERTA PERPLEXIDADE QUANTO Á ACTUAÇÃO DAS AUTORIDADES), OUTROS DANDO A ENTENDER O CONTRÁRIO(DEIXANDO NO AR DESDE LOGO UMA PRÉVIA CONVICÇÃO). O QUE SE PASSOU MAIS CONCRECTAMENTE NA 2ªFEIRA, PARA MIM, FOI ENTÃO UMA LÁSTIMA. PERCEBO QUE HAVERIA POR PARTE DA " OPINIÃO PÚBLICA " UMA GRANDE ANSIEDADE EM SABER O QUE ACONTECERIA APÓS O INTERROGATÓRIO DE SÓCRATES(QUE JÁ DURAVA HÁ MAIS DE 2 DIAS). O SEU ADVOGADO POR VOLTA DAS 12H30M Á SAÍDA DO TCIC INFORMOU OS JORNALISTAS QUE O INTERROGATÓRIO DO SEU CLIENTE JÁ TINHA TERMINADO, SEGUINDO-SE UM INTERVALO, E QUE REGRESSARIA ÁS 14H3OM. A TARDE E INÍCIO DA NOITE FOI " UM SUPLÍCIO TELEVISIVO ", COM DEBATES E MAIS DEBATES SOBRE O " SUSPENSE / EXPECTATIVAS DO FINAL ". POR VOLTA DAS 19H ESTAVA EM SINTONIZAÇÃO NA TVI24, DECORRENDO UM ESPAÇO DE OPINIÃO, EM QUE ERAM OPINADORES, A SRª CONSTANÇA CUNHA E SÁ, O ADVOGADO SR. MAGALHÃES E SILVA E UM OUTRO ADVOGADO( DE QUE SÓ DECOREI O NOME DE VASCO), E O QUE VI E OUVI? CCS POR MAIS DE UMA VEZ REPUDIOU(EM TERMOS ALGO INACEITÁVEIS) O FACTO DE JÁ SE ESTAR HÁ MAIS DE 7 HORAS Á ESPERA QUE O JUIZ ANUNCIE A SUA DECISÃO DA MEDIDA DE COACÇÃO(?) AOS " DETIDOS "(ESPECIFICAMENTE, CLARO, A SÓCRATES), SEM QUE QUALQUER DOS ADVOGADOS(POR UMA QUESTÃO DEONTOLÓGICA) SE CHEGASSE Á FRENTE, ESCLARECENDO A " INSIGNE! " JORNALISTA/ANALISTA E OS ESPECTADORES, SOBRE AS DEMARCHES PROCESSUAIS QUE AINDA HAVIA QUE PERCORRER APÓS AS 14H3OM(O QUE SE VIU FOI DO ADV. MS UM COMPORTAMENTO DE ANÁLISE TENDENCIOSO E MUITO POUCO JURÍDICO E DO ADV. VASCO POUCO MAIS QUE CAUTELA SOBRE O QUE DIZER). A NOITE AVANÇAVA, FUI FAZENDO " ZAPPING TV ", LÁ NOS FOI DADO SER POSSÍVEL, VER E OUVIR, ADVOGADOS( VG. SRS. SARAGOÇA DA MATA E ROGÉRIO ALVES) ELUCIDANDO DE MODO CONCISO OS MOTIVOS DAQUELA DEMORA. POR VOLTA DAS 22 A 22,3O É ANUNCIADA A DECISÃO(PORMENORIZADA QUANTO Á DURAÇÃO DAS MAIS VARIADAS DILIGÊNCIAS PROCESSUAIS) RELATIVAMENTE AOS DETIDOS «« SÓCRATES FICA EM PRISÃO PREVENTIVA»», MAS LOGO SE LEVANTA OUTRO " CORO "«« E ONDE ESTÃO OS ARTºS DO CPP DOS CRIMES IMPUTADOS?»». DEPOIS ERA «« PARA ONDE VAI SÓCRATES? »». UMAS HORAS DEPOIS " AH! PARECE QUE VAI PARA ÉVORA ". DE FACTO A NOITE DE 2ª P/ 3ªFEIRA JÁ FOI PASSADA POR SÓCRATES NO ESTABELECIMENTO PRISIONAL DE ÉVORA, ONDE AINDA SE ENCONTRA, E O ESPECTÁCULO/CIRCO MEDIÁTICO TERMINOU? NÃO, PASSOU A UMA " GUERRILHA ", COM ACTORES, DE PRIMEIRA LINHA E ALGUNS SECUNDÁRIOS,E A QUE NÃO FALTA O PRINCIPAL ARTISTA( AH! JÁ AGORA...ESTE " ARTISTA PORTUGUÊS / TAMBÉM CONHECIDO PELO ANIMAL FEROZ " PODERIA NA PASSADA 6ªFEIRA «« TER RECUSADO(!) O SEU PAPEL NESTE FILME/ESPECTÁCULO »», MAS, ACEITOU-O, POR UMA SUA CARACTERÍSTICA / GOSTE-SE OU NÃO DELE/ "A COMBATIVIDADE ", COISA, PENSO, QUE CERTAMENTE UM DIA SABEREMOS SE É DOENTIA OU NEM POR ISSO....
http://www.publico.pt/politica/noticia/a-carta-de-socrates-1677591
Há cinco dias “fora do mundo”, tomo agora consciência de que, como é habitual, as imputações e as “circunstâncias" devidamente seleccionadas contra mim pela acusação ocupam os jornais e as televisões. Essas “fugas” de informação são crime. Contra a Justiça, é certo; mas também contra mim.
Não espero que os jornais, a quem elas aproveitam e ocupam, denunciem o crime e o quanto ele põe em causa os ditames da lealdade processual e os princípios do processo justo.
Por isso, será em legítima defesa que irei, conforme for entendendo, desmentir as falsidades lançadas sobre mim e responsabilizar os que as engendraram.
A minha detenção para interrogatório foi um abuso e o espectáculo montado em torno dela uma infâmia; as imputações que me são dirigidas são absurdas, injustas e infundamentadas; a decisão de me colocar em prisão preventiva é injustificada e constitui uma humilhação gratuita.
Aqui está toda uma lição de vida: aqui está o verdadeiro poder – de prender e de libertar. Mas em contrapartida, não raro a prepotência atraiçoa o prepotente.
Defender-me-ei com as armas do estado de Direito – são as únicas em que acredito. Este é um caso da Justiça e é com a Justiça Democrática que será resolvido.
Não tenho dúvidas que este caso tem também contornos políticos e sensibilizam-me as manifestações de solidariedade de tantos camaradas e amigos. Mas quero o que for político à margem deste debate. Este processo é comigo e só comigo. Qualquer envolvimento do Partido Socialista só me prejudicaria, prejudicaria o Partido e prejudicaria a Democracia.
Este processo só agora começou.
Évora, 26 de Novembro de 2014
José Sócrates
Sobre esta declaração do sr. José Sócrates...segundo noticiado...escrita no estabelecimento prisional de Évora(onde se encontra em prisão preventiva) e ditada em telefone fixo daquela prisão, para o exterior para o seu advogado a fim de a fazer chegar á comunicação social...apraz-me dizer o seguinte...«« o seu teor é claramennte uma evidência de quem sofre de algo do foro patológico»»...senão vejamos...no 1º & dá a impressão que confirma os dados dos média´s como sendo os da investigação com que foi confrontado...no 4º & parece querer dizer que a sua detenção na 6ªfeira na Portela foi tipo espectáculo montado(coisa que ninguém pode afiançar que viu)...no 5º& acha que prepotentes são os outros(os magistrados,claro), não ele(como fala nos 3ºe 5º&&)...eh! afinal Sócrates igual a si próprio !!
http://www.publico.pt/politica/noticia/a-presumivel-inocencia-de-socrates-1677518
Tenho todo o direito de presumir que Sócrates é culpado daquilo que o acusam – pela simples razão de que as regras do espaço público não são as regras de um tribunal.
Da mesma forma que os gatos têm sete vidas, eu acho excelente que um cidadão tenha sete presunções de inocência. O problema de José Sócrates, tal como o de um gato que falece, é que já as gastou. Sócrates foi presumível inocente na construção de casas na Guarda, foi presumível inocente na licenciatura da Independente, foi presumível inocente na Cova da Beira, foi presumível inocente no Freeport, foi presumível inocente na casa da Braamcamp, foi presumível inocente no assalto ao BCP, foi presumível inocente na tentativa de controlar a TVI, foi presumível inocente no pequeno-almoço pago a Luís Figo. Mal começou a ser escrutinado, a presunção de inocência tornou-se uma segunda pele.
Claro que José Sócrates continua presumível inocente aos olhos da justiça, e assim continuará até ao trânsito em julgado da sentença. Claro que a presunção de inocência é pedra angular de uma democracia decente e de qualquer sistema judicial digno. Mas eu não sou juiz, nem polícia. Sou um cidadão e um colunista. E, enquanto tal, tenho todo o direito – repito: todo o direito – de presumir, face ao que leio nos jornais, às minhas deduções, às minhas convicções, à minha experiência, à minha memória e ao esgotamento de sete presunções de inocência, que Sócrates é culpado daquilo que o acusam. E tenho todo o direito de o escrever – pela simples razão de que as regras do espaço público não são as regras de um tribunal.
Esta insistência em confundir o plano mediático com o plano da justiça é absurda. Levado ao extremo, faria com que só pudéssemos pronunciar-nos sobre a honorabilidade de José Sócrates daqui a sete ou oito anos, quando todos os recursos tivessem sido esgotados e a sua sentença transitado em julgado. Eu não tenho o poder de um juiz. Não posso, felizmente, prender ninguém. E se não tenho o seu poder, é óbvio que também não tenho as suas limitações. É por isso que a minha liberdade de expressão é mais lata do que a do juiz Carlos Alexandre: ele fala pouco porque pode muito; eu falo muito porque posso pouco. À justiça o que é da justiça, aos jornais o que é dos jornais.
Existe uma admirável coincidência entre os fazedores de opinião que estão a demonstrar uma hiper-sensibilidade às falhas do segredo de justiça e uma notável abnegação na defesa da presunção de inocência, e aqueles fazedores de opinião que durante anos e anos defenderam José Sócrates contra os ataques ad hominem e o julgaram vítima de infames conspirações. Quando vejo Miguel Sousa Tavares ou Clara Ferreira Alves mais entretidos a discutir fugas de informação e timings de detenção do que a possibilidade muito real de um ex-primeiro-ministro ser corrupto, eu sei que eles estão menos a defender Sócrates do que a defenderem-se a si próprios, e àquilo que andaram a escrever ao longo dos anos.
Ainda ontem, no DN, Ferreira Fernandes dizia o seguinte: “Em 2009, escrevi: ‘Prendam-no ou calem-se.’ A turba, com muita gana mas sem prova, chegou primeiro do que a opinião pública – e depois?” E depois, caro Ferreira Fernandes, é que ali entre 2007 e 2011 boa parte da opinião pública preferiu fechar os olhos ao elefante no meio da sala. Se não havia provas, havia infindáveis indícios – e boa parte da opinião pública preferiu engolir as teses surreais de Sócrates, mantendo-se impassível diante do sufoco evidente do poder judicial às mãos do poder político. Viram, ouviram e leram. Mas preferiram ignorar. É uma escolha, claro. Só que convém assumi-la, até para que ninguém a esqueça.
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JOÃO ALEXANDRE-ABRANTES
Aposentado , Abrantes